sábado, 12 de dezembro de 2009

Dúvida



A vida toda aprendi na escola e nas faculdades que cursei, no Brasil, que os trabalhos terminavam com conclusões e que era preciso afirmar coisas, dizer, enfim, o que você "concluiu", em afirmações. Ou seja, concluir era até então, para mim, afirmar.

Até que chego na Inglaterra e as conclusões devem ser perguntas. Sim, questões, interrogações, dúvidas. No começo, dei uma travada, achei meio absurdo: como assim, terminar fazendo perguntas e se eu tenho de dar respostas? Fiquei me remoendo com isso um bom tempo.

Agora, começo a arriscar o meu próprio entendimento da coisa: é como se ninguém pudesse dar as respostas definitivas, é também como se ninguém fosse bom o bastante para concluir e fechar a questão, o que não deixa de fazer sentido.

Fazer perguntas, então, é uma forma de pensar novas coisas a respeito daquele tema estudado. Não significa ter dúvidas...E a contribuição do pesquisador é abrir novas frentes para as outras pessoas e não "sentar" nas suas afirmações...sei lá, ainda tenho *dúvidas* sobre tudo isso...

Outro dado interessante e relacionado à *questão*: a nota máxima, por assim dizer, aqui no sistema britânico de ensino é 7 e não 10. Segundo eles, ninguém é capaz de tirar 10. O 10, como nota, é inalcansável, inatingível.

Então, lá vou eu com minhas questões atrás do meu 60 e alguma coisa, se tudo correr bem.

Um comentário:

  1. Oi Janaina,
    só hoje fiquei conhecendo seu blog - saiu no Radar 55, não sei se você conhece, mas você já deve ter percebido que algo diferente tinha acontecido hoje porque imagino as centenas de acessos que você teve.
    enfim, voltando ao foco, morei 6 anos ai e estou adorando ler as suas histórias. E nessa da dúvida, não pude deixar de comentar pois também estudei em Londres e minha coordenadora era uma super acadêmica e feminista que questionava inclusive nossas escolhas de palavras nas frases... enfim...
    vou continuar lendo, do indo do primeiro post ao mais recente!
    bjs e boa sorte por ai.

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