domingo, 25 de julho de 2010

A vida outdoors



No generoso verão londrino que já dura dois meses com bastante vigor é tempo de viver a vida em outdoors, caminhar, ir a mercados ao ar livre, sair de casa. Hoje, dois motivos especiais me levaram à Columbia Road, em Bethnal Green: a flower market e a loja do Rob Ryan, um artista plástico sensacional, cuja loja queria conhecer há tempos. Planejando as duas coisas, saquei que elas ficavam na mesma rua. Batata: programa de domingo, com direito a caminhada até Brick Lane para conferir uma terceira atração.

Bethnal Green é, definitivamente, uma área superlocal, que só os londrinos mesmo conhecem e que vem reunindo a turma criativa, artistas, estúdios e várias galerias nos últimos tempos. Mas não espere nada arrumadinho. Pelo contrário. É uma área simples, mas cheia de lojas, gente, coisas interessantes.

A começar pela flower market, bem apertada, lotada de gente e com belezas incríveis: minhas preferidas, as lavandas tipicamente British (na foto acima), as flores roxinhas e os pés de frutas: laranjinha e moranguinho em vasos, coisas mais fofas do mundo.







E bem no meio da feira, logo atrás das laranjinhas, lá está a loja do Rob Ryan que não poderia ser em outro lugar. Tudo o que ele faz é megapoético e delicado. Sua marca registrada são trabalhos de papel cortados a laser, cheios de detalhes, sempre com textos que falam sobre sentimentos, solidão, amor. Olha a fachada da loja:



E um pouquinho mais frente, tem a Supernice com muitos adesivos criativos e pratos, bandejas e outros acessórios para casa. Tudo colorido e divertido. Olha a Supernice (adorei esse nome) aí:



Enfim, passeio dos mais legais que fiz recentemente aqui em Londres.

O Borough Market é uma festa



Festa de quase todos os sentidos: do paladar, do olfato, da visão. Só não do tato, porque não é de bom tom tocar nos produtos. Do metrô, você já sente o cheiro dos assados, dos currys, dos aromas mais variados possíveis.

Chegando na feira, os olhos se enchem: da arquitetura belíssima, tanto da parte reformada, quanto da antiga, que tem cantos como esse abaixo (que me transportaram para um filme) do colorido das comidas, dos queijos com desenhos, da arrumação dos suspiros, da mesa de sangria, tudo, tudo me encanta no Borough Market.

E, claro, se você não resistir e for comer alguma coisa, faça de bom gosto. Atire-se num sanduíche de porto com maçã, num curry, numa linguiça espanhola, num brownie gigante do mais puro chocolate, mas não faça cerimônia e nem banque o blasé. Isso não tem nada a ver com o Borough Market, que é rústico, único e pra lá de original. Lambuze-se, nem que seja para você sair de lá jurando que não vai jantar.

E para ter a experiência por inteiro, vá numa sexta-feira, entre 1h e 2h da tarde, quando o mercado está lotado de pessoas que trabalham na região de London Bridge e vão até lá almoçar. Além de todo alvoroço de gente, ainda tem o trem, que passa em cima da feira. Loucura. Adoro. Tirei muitas fotos. Essas são apenas o aperitivo.







quinta-feira, 22 de julho de 2010

A palavra mágica de Jamie



Depois de conhecer o Fifteen, o restaurante mais sofisticado do Jamie Oliver, no início do ano, fomos ao Jamie's Italian, no final de semana passado, para um jantarzinho. Totalmente sem combinar, decidimos na última hora, porque estávamos zanzando pelo Covent Garden, e valeu super a pena. Mesmo com a espera de uma hora (sim, eles abriram há cerca de um mês aqui em Londres e estão bombando!).

Cardápio italiano, claro, sem frescuras, mas com a personalidade do Jamie: descomplicado, saboroso e com a palavra mágica: acessível! E com esse último adjetivo, parece que fica mais gostoso ainda.

Sim, porque a idéia toda é fazer uma rede em que as pessoas possam fazer uma refeição de qualidade por um preço justo e voltar várias vezes. Não é o máximo que um chefe superstar, com programas de TV, restaurantes em algumas partes do mundo, livros publicados, dono de um verdadeiro império, pense assim?

Claro que me veio à cabeça, na hora, algunas chefes brasileiros, tipo o Alex Atala, que cobra uma verdadeira fortuna no seu DOM. Pois é...depois me perguntam porque gosto tanto de Londres...

Ah, e o Jamie está sempre inventando novidades. No Jamie's Italian, o cardápio infantil é visual: vem em um binóculo, com os números. A criança olha (bem melhor do que a mãe ler uma descrição de ingredientes que a criança não conhece...) e pede pelo número (nenhuma relação com aquela rede Monstra de sanduíches...). Olha o Ian aí, escolhendo seu jantar, que ele comeu tudo e ainda raspou o prato com o pão.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O leiteiro e o padeiro



Acho um charme esse caminhãozinho de leite que passa todos os dias aqui pelo meu bairro, deixando as garrafinhas nas portas. Lembro que quando era pequena, mas bem pequena mesmo, havia padeiro e leiteiro que deixava coisas na porta da nossa casa todas as manhãs. Mas acho mesmo que lembro desse história ser contada por minha mãe do que ter, de fato, essa imagem na cabeça.

De qualquer forma, fiquei encantada com o fato de ainda haver leiteiros em Londres. E padeiro também. Vi um outro caminhão (bem menos charmoso) que entrega pães de forma. Essa é uma das belezas de Londres. Em pleno ano de 2010, você está no centro financeiro da Europa, numa cidade super vanguardista, que preserva o leiteiro e o padeiro.

Olha o leitinho aí na porta de uma marcenaria que tem aqui perto:

terça-feira, 13 de julho de 2010

British Fool



Este não é um blog sobre comida, mas que descobrir os sabores de uma cidade é delicioso, ah, isso é. Minha mais recente descoberta na culinária inglesa é o Fruit Fool (sim, fool, de bobo mesmo).

Sobremesa típica de verão, ela é uma mistura de frutas vermelhas (rasperry, strawberry and blueberry) com whipped cream (um tipo de chantilli) e merengue quebrados. É só misturar tudo e decorar como quiser.

Nesse da foto acima, Ricardo (chefe de cozinha aqui em Londres e genro da Lúcia, a babá mais que perfeita) decorou com cerejas. Em restaurantes e supermercados também se encontra. Mas esse é aquele prato para fazer em casa, com os amigos, e se lambuzar.

O café de sempre, agora com mais charme



O Costa é meu café preferido aqui em Londres. O pretinho mais honesto, mais forte, com os funcionários mais gentis, com as melhores comidas, enfim, meu perfect match no quesito café.

Frequentadora assídua da loja do meu bairro, Crouch End, eu sentia era falta de um Costa bacana perto da minha faculdade/biblioteca, nas imediações da Oxford street. E no começo desse mês meus pedidos foram atendidos.

Lá está ele, na foto acima, em versão repaginada, na esquina da Market Place. Eles não só abriram a loja, como aproveitaram para fazer dela uma espécie de flagship, apostando num novo padrão visual interno, com móveis mais descolados e uma identidade visual parecida com cafés independentes. Mantiveram o logo, vinho, mas num fundo mais simples. Em resumo, é o mesmo Costa com uma espuminha nova.

Quando estive lá ontem, um senhor, nitidamente alguém da rede, parecia checar o andamento das coisas e estava observando não só o comportamento dos clientes como dos funcionários. Ele chamava a gerente, conversava, apontava coisas. É isso aí, Costa. Ponto para vocês. Olha algumas fotos: