domingo, 30 de maio de 2010

Visual Brothers

Com o Chemical Brothers não tem erro. Sempre música muito boa, qualidade de som impecável, simpatia da dupla etc...mas a novidade para mim da última vez que os vi, aqui em Londres, foi o show de efeitos visuais que a banda apresentou.

Sei que imagens em show de música eletrônica não são novidade nenhuma, mas o lance é que as duas vezes em que vi o Chemical Brothers, em São Paulo, eles fizeram shows no Pacaembu, o que inviabiizou todo o efeito visual da banda por ser um lugar imenso e aberto. Então, achava que a banda não ia tão bem assim no quesito visual.

Mas na Roundhouse, aqui em Londres, eles arrasaram. Tudo ficou perfeito porque o espaço estava cem por cento escuro e tinha um backdrop gigante no palco, que deu todo o clima. A casa, em si, é espetacular. Para mim, a melhor das que eu conheço aqui.

Gravei a abertura do show, lindíssima. Dá uma olhada. Está meio grandinha, mas vale a pena:

Fomos a la playa


Semana passada fez um calor inacreditável aqui em Londres! Estava 27 graus, coisa incrível para o mês de maio, em que o verão está a pelo menos um mês de distância. E com tanto sol, não tivemos dúvida: no domingo, lá fomos nós para Brighton, a uma hora de trem da capital.

Claro, todo mundo teve a mesma idéia e a praia estava bombando:



Apesar da água gelada e das pedras, que substituem a areia fofinha que conhecemos, Ian se esbaldou.


E eu curti deitar nas pedras quentes, tipo massagem:



Com uma atmosfera super relax, Brighton parece estar a muitos e muitos quilômetros de distância de Londres. Parece outro país. É super charmosa, tem uma réplica do Taj Mahal (bizarro, eu sei) e encontramos até uma roda de capoeira na praia.



Enfim, o domingo foi bem bacana, com direito até a vermelhidão de sol na semana seguinte.

sábado, 29 de maio de 2010

Lost in Translation



Busy times here in London...Mas enquanto o mês de maio não termina e eu acabo pendências fundamentais para me dedicar de corpo e alma à minha dissertação, em junho e julho, algumas coisas interessantes aconteceram, entre elas nesses últimos dias, a Conferência sobre Visual Culture, que reuniu todos os peso-pesados da área, na minha faculdade, entre os dias 27 e 29 deste mês.

Não vou ficar entrando em detalhes teóricos sobre o que rolou, mas terminei indignada com a constante "tradução" da América Latina, seja pelos Estados Unidos ou pela Espanha. Dessa vez, foi uma americana que falou sobre América Latina. Na conferência de fevereiro, o pessoal da universidade de Barcelona que tratou do tema, de leve.

Enquanto isso, as vozes da América Latina são todas menos as dos próprios latino-americados. Na área de Visual Culture, a questão é ainda mais embaçada, porque como área multidisciplinar, isso exigirá ainda que a academia brasileira quebre os muros entre departamentos para se situar nos debates, o que não é nada, nada fácil.

Muros, aliás, apareceram em duas ou três apresentações durante a conferência. Esse da foto acima é o de Israel, que continua em pé. Sim, ainda temos muros físicos separando cidades e pessoas no mundo.

Enquanto isso, na América Latina os debates sobre Cultura Visual ficam lost in translation.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Enfim, a Westminster apareceu



Finalmente, há cerca de duas ou três semanas, a fachada de um dos prédio da minha universidade, que fica na Regent Street, foi totalmente revelado. E ficou bonito assim, como na foto acima.

A reforma durou pelo menos oito meses e deixou a fachada todo coberta por aquelas proteções, que garantiam a segurança dos pedestres, mas escondiam essa fachada tão linda.

E as novidades não são só por fora. Dentro, no salão de entrada, eles mantiveram tudo orginal, claramente restaurado, especialmente os mármores das paredes, mas colocaram uns lustres mais modernosos, assim:





Gostei Westminster! Ainda faltam ajustes finos e finais, como vocês vêem nas fotos, mas vamos fazer bonito na conferência internacional de Visual Culture, na semana que vem.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O luxo do tempo



Nesses últimos tempos aqui em Londres, estou tendo a oportunidade de ver a vida sob um novo ângulo e, especialmente, sob uma nova perspectiva de tempo. Explico. O único tempo livre que eu tinha, nos meus últimos tempos de Brasil, era final de semana e férias. Então, o lazer, a vida em si, corria por essa janela, quando eu não estava trabalhando.

Com isso, não quero dizer que o tempo no trabalho não era vida. Mas era um tempo dedicado cem por cento a interesses das empresas para as quais eu trabalhei. E isso foi bom, porque me permitiu estar aqui hoje, por exemplo.

Mas, por outro lado, ver a vida sob essa janela torna a visão limitada. É como viajar em um trem e só aproveitar as paradas. Enquanto o trem está em movimento, você está indo a algum lugar, sem dúvida, mas só tem uma idéia do que há lá fora e não desce para aproveitar.

Pois bem. Aqui, estou fazendo a viagem a pé, podendo estar lá fora o tempo todo, olhando as pessoas, as coisas, tocando a paisagem. Essa é a diferença. O que posso dizer é que isso é muito saudável e todo mundo deveria tentar isso uma vez na vida. Descer da locomotiva do trabalho, que segue diariamente das 9 a perder de vista, e fazer o percurso da vida a pé, faz muito bem para a saúde, em todos os sentidos.

Talvez escreva isso porque as locomotivas que peguei nos últimos tempos eram rápidas demais. Talvez trens-bala, que não me davam chance de ver quase nada.

domingo, 16 de maio de 2010

O som que estou curtindo

Com vocês, o que tenho curtido no capítulo música esses tempos:



Vampire Weekend, Holiday



The National, Blood Buzz Ohio



Mumford and Sons, The Cave



Jay Z, Empire State of Mind (nunca gostei de rap, mas essa é uma exceção. Já é velhinha, mas continuo ouvindo.)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Auto-estrada, alta velocidade



Analogia do dia (desculpem a rima): auto-estrada, em alta velocidade, sem mapa na mão, precisando definir a rota. Rádio desligado, concentrada no que fazer. O carro é novo e eu ainda não conheço todos os acessórios. Tenso.

O sabor de uma distinção



Ontem, tive uma linda surpresa ao receber a nota da última apresentação do meu mestrado no módulo Representing World Cultures. Agora, tendo terminado o segundo semestre, resta-me o relatório do work placement e a dissertação, propriamente dita. E essa apresentação estava no caldo do segundo semestre, que foi mais light em quantidade, em relação ao primeiro semestre, mas me deu muita dor de cabeça por dois motivos: esse módulo foi complicado e o líder dele, que é também o líder do mestrado, também é um tanto indecifrável. Então, estava em trouble.

Mas peguei firme com Deus e fui em frente. Falei sobre o trabalho de Jitish Kallat, sobre quem já escrevi aqui, no contexto da exposição The Empire Strikes Back, Indian Art Today, que foi apresentada na Saatchi Gallery. Como pano de fundo teórico, usei pós-colonialismo e globalização, terminando com duas questões sobre como o "local" está sendo afetado pelo "global" e como o sentido de lugar está em jogo nesse contexto.

Fiz tudo do meu jeito e, ao final, o professor me deu a notícia: 72! Minha maior nota do mestrado até agora! Até chorei de emoção, considerando o histórico do módulo e do professor. No sistema brasileiro de notas, essa seria uma nota bem mais ou menos. Mas aqui é excelente. Difícil de entender, eu sei. Mas funciona assim: até 50, é considerado um "pass". De 50 a 60, good, de 60 a 70, very good, e de 70 acima, excellent, sendo que nunca se dá 80, por convenção.

70 ou acima é considerado também "distinção". Essa é a minha quarta distinção no mestrado. Já tirei dois 70, um 71 e agora o 72! Estou muito feliz e também mais calma. Agora, é batalhar por uma distinção na dissertação (até rimou!).

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Cheiro de Londres



Se Londres tem um cheiro (e tem vários), o que eu escolho para ser a marca da cidade para mim é o do perfume Karma, da Lush. Adoro a Lush por vários motivos: os produtos são muito bons, além de serem divertidos e terem uma real preocupação com o meio ambiente, como não testar nada em animais. Além disso, eles são extremamente honestos nos preços, o que, para mim, é fator decisivo de escolha. Não compro nada de quem explora no preço.

Então, por esses e outros motivos, comprei há alguns anos, quando eles ainda tinham lojas no Brasil (fecharam todas há um tempo, uma pena...), um pedaço de um sabonete maravilhoso chamado Karma.

E, quando vi para cá a passeio há seis anos, trouxe o tal sabonete perfumando na mala. Foi o suficiente para associar, ano passado, quando cheguei aqui, definitivamente aquele cheiro a Londres.

E qual não foi a minha surpresa quando, há algumas semanas, entrei numa loja da Lush para dar uma olhada nas novidades e encontrei o perfume Karma? Igual ao sabonete, só que em perfume! Comprei. E esse é agora o meu perfume favorito.

Que cheiro ele tem? Difícil dizer, mas é cítrico, com notas de laranja, patchouli e outras coisas que dão a ele uma personalidade leve e forte ao mesmo tempo. Eu adoro! A embalagem é bem simples, até meio feinha, mas esse é o espírito da Lush: simplicidade e qualidade.

A rainha decidiu


Tenho acompanhado as eleições gerais aqui no Reino Unido, que resultou na escolha do primeiro ministro e, consequentemente, de toda a equipe que trabalhará com ele. Várias coisas, grosso modo, têm me chamado a atenção:

1) Todas as discussões foram feitas com propostas claras de cada um dos partidos para os assuntos mais importantes do país. No site da BBC, por exemplo, você seleciona o assunto, como educação, e vê o que os três principais partidos: conservatives, labour and liberal democrats propõem. Coisa linda. Vale checar: www.bbc.co.uk/elections

Com isso, não existem "dossiês" obscuros que aparecem do nada, nem conversas fiadas sobre outras esferas.

2) No dia da eleição, não houve absolutamente nenhum movimento de papéis, cartazes ou outro tipo de poluição visual ou sonora. Para falar a verdade, só vi uma espécie de trio elétrico, que era um ônibus reformado, com um político falando umas asneiras, na região de Brick Lane, umas três semanas antes do dia da eleição, que foi 6 de maio.

3) Depois do resultado das eleições, no dia 7, em que o partido conservador ganhou a maior parte de assentos no Parlamento, eles começaram a negociar as alianças e estavam num dilema sobre quem seria o deputy, uma espécie de vice, do primeiro-ministro. As negociações estavam empacadas e, ontem, David Cameron, líder do partido conservador, que ganhou o maior número de votos, anunciou:

"A rainha me chamou e me pediu que eu formasse um novo governo." Ela pediu que ele fizesse a aliança com os liberais democráticos, que obtiveram o menor número número de votos, considerando os três partidos principais. Os democráticos são light, exatamente o oposto dos conservadores, super duros na queda em todos os assuntos.

Ou seja: a cara do Nick Clegg, líder dos liberais democratas, que já era amarela, agora ficou branca. David Cameron, o atual primeiro-ministro, de 43 anos, é o cara mais novo em 200 anos a se tornar primeiro-ministro. Cheio de arrogância. E a confusão está armada.

Gordon Brown, atual primeiro-ministro, candidato do labour, que também estava no páreo, humildimente "resignou" (a palavra que a imprensa usou) e se despediu, ao lado da mulher e dos dois filhos pequenos.

E eu entendi, finalmente, para que serve, entre outras coisas, a rainha.

p.s: a foto acima é o perfil da Rainha Victoria, feito de azulejos, que decora a estação de trem que leva o nome dela.

sábado, 1 de maio de 2010

Arrumando a prateleira...


Adoro imagens para traduzir sentimentos e momentos na vida. E agora, os meus livros, as minhas coisas estão todas no chão. Estou arrumando as minhas prateleiras, organizando e limpando tudo. Já tirei tudo do lugar e agora estou selecionando o que fica e o que vai. Quero deixar tudo bonito.

Happy Fridays



A vida é o que a gente faz dela. No doubt. Tive essa sensação ontem, quando minhas amigas de Crouch End vieram com seus filhos para um happy hour aqui em casa. Era para ser um negócio bem pequeno, mas de repente estávamos em oito pessoas no meu pequeno flat. E foi muito legal.

A Priscila foi a primeira amiga aqui em Crouch End. Amiga do Reinaldo, ela mora no bairro há dois anos e foi a primeira pessoa que eu conheci aqui. Uma graça e trouxe um bolo de caramelo delicioso.

A Kiki eu conheci pela internet, numa dessas grandes coincidências da vida. Vi as colagens dela (ela é uma artista plástica super talentosa) no Radar 55 e, quando li que ela morava perto da minha casa, deixei um comentário no blog dela. Ela me chamou para um tomar um café e viramos amigas. A Alice, filhota dela, veio junto e estava linda com uma camiseta de "space invaders". Cute!

A Luciana, que é mãe do Daniel, me foi apresentada pela Kiki. Ela é de Fortaleza e mora em Londres há 15 anos. Daniel é a coisa mais linda e parece irmão mais novo do Ian. Eles se adoram.

Guilia é italiana. Também me foi apresentada pela Kiki. Chegou dizendo que estava se sentindo estranha, porque os filhos tinham acabado de sair com o pai para o final de semana. Sei bem o que é isso. Ela se divorciou há pouco. Como boa italiana, é bem parecida conosco, brasileiras.

Comemos temaki, com o arroz cozido na minha super panela, rimos e nos divertimos. As crianças também se acabaram. Para variar, mães felizes ao verem suas crianças felizes. Sexta-feira virou dia de happy hour agora. Vamos revesar as casas, mas não vamos deixar de nos encontrar.

Fiquei pensando que deveriam colocar um negócio desse aí da foto aqui na Broadway de Crouch End: TGIF (Thank God It's Friday) para celebrar o dia oficial de happy hours.

Os remédios do Dr. Bach



Faz tempo que sou fã de florais. Já tomei, já fiz matéria sobre, mas fazia tempo que não tinha contato com eles. Pois bem. Outro dia olhando pelas prateleiras da Boots, a melhor farmácia de todos os tempos, em busca de outra coisa, que eu nem me lembro o quê, dei de cara com o Rescue, um dos florais-chave da linha do Dr. Bach.

Comprei e estou tomando. E está sendo ótimo. Rescue, como o nome diz, é para situações de estresse, aqueles momentos em que você precisa de um help. Com tanta coisas na cabeça, faculdade, estágios e demais contigências da vida, achei que seria uma boa. Além disso, nunca tinha tomado o floral de Bach, mas de outras linhas como os florais californianos, australianos e etc.

Achei também que morando em Londres seria bom experimentar os remédios (como eles chamam os florais aqui) do Dr. Edward Bach (na foto acima) em sua terra natal. Médico, foi ele na verdade quem criou o sistema de florais por acreditar que as doenças eram o resultado final de emoções ruins, como o medo, a ansiedade e por aí afora.

Examinando as flores daqui e como elas se comportavam, ele desenvolveu 38 remédios, que não têm contra-indicação e podem ser comprados na farmácia por cinco pounds. O Rescue, por exemplo, tem Star of Bethlehem, Clematis, Impatiens, Cherry Plum and Rock Rose. Além de toda a poesia do sistema, acho que ele funciona mesmo. E meu horizonte ficou mais claro depois do Rescue.