terça-feira, 23 de março de 2010

O global e o local

Até pouco tempo, achava bobagem esse papo de global e local. Achava que era mais um discurso barato, americano, raso. Pois eu estava enganada. Lendo Manuel Castells, sociólogo espanhol, que será uma referência importante na minha dissertação, passei a entender essa história de forma totalmente diferente.

Percebi também que aqui em Londres, sem dúvida um dos melhores exemplos do mundo no quesito "global", existe uma consciência fortíssima pela defesa do local. Não é restrição, reserva de mercado, preconceito, nada disso. É só um pensamento muito racional, por sinal, que alguém precisa defender a sua cidade, o seu comércio, a sua rua, o seu mundo das influências inevitáveis da globalização e da consequentente pasteurização cultural que vem com ela.

Pois bem: um dos melhores exemplos disso, na minha opinião, é a padaria do Dunn's aqui no meu bairro. Ela existe de 1850 e está firme e forte, totalmente apoiada pela comunidade local. O Dunn´s e sua família, claro, fazem a sua parte com produtos de qualidade e preços honestos. E o povo compra porque entende que é importante preservar o local. Olha o Dunn's aí:



Exemplos não faltam. Além do Dunn's, tem a livraria de um tiozinho muito simpático, que tem preços imbatíveis e transforma a loja no domingo de manhã, com música alta (detalhe: ele canta junto). Eu compro nos dois lugares. E fico feliz. E, agora, entendo o porquê.

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