segunda-feira, 17 de maio de 2010

O luxo do tempo



Nesses últimos tempos aqui em Londres, estou tendo a oportunidade de ver a vida sob um novo ângulo e, especialmente, sob uma nova perspectiva de tempo. Explico. O único tempo livre que eu tinha, nos meus últimos tempos de Brasil, era final de semana e férias. Então, o lazer, a vida em si, corria por essa janela, quando eu não estava trabalhando.

Com isso, não quero dizer que o tempo no trabalho não era vida. Mas era um tempo dedicado cem por cento a interesses das empresas para as quais eu trabalhei. E isso foi bom, porque me permitiu estar aqui hoje, por exemplo.

Mas, por outro lado, ver a vida sob essa janela torna a visão limitada. É como viajar em um trem e só aproveitar as paradas. Enquanto o trem está em movimento, você está indo a algum lugar, sem dúvida, mas só tem uma idéia do que há lá fora e não desce para aproveitar.

Pois bem. Aqui, estou fazendo a viagem a pé, podendo estar lá fora o tempo todo, olhando as pessoas, as coisas, tocando a paisagem. Essa é a diferença. O que posso dizer é que isso é muito saudável e todo mundo deveria tentar isso uma vez na vida. Descer da locomotiva do trabalho, que segue diariamente das 9 a perder de vista, e fazer o percurso da vida a pé, faz muito bem para a saúde, em todos os sentidos.

Talvez escreva isso porque as locomotivas que peguei nos últimos tempos eram rápidas demais. Talvez trens-bala, que não me davam chance de ver quase nada.

Um comentário:

  1. Janaína, esee post traça uma metáfora belíssima sobre o trabalho árduo exigido das pessoas que esbanjam competência.

    Adorei... E me lembrei da sua costumeira frase: Há vida além da(qui).

    Estou de olho no seu blog cara mia.

    Bjs. Sucesso.

    Roms

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