quarta-feira, 9 de junho de 2010

Anne e seu pai Otto



Uma das coisas que eu achei mais interessante em Amsterdam foi a visita à casa de Anne Frank, a menina judia (na foto) que se escondeu com a família, durante dois anos, no anexo de uma casa, para fugir da perseguição nazista durante a II guerra mundial.

A história toda é contada no livro "O Diário de Anne Frank", mas estar na casa, visitar cada cômodo e, principalmente, passar pela estante de livros falsa, que dava passagem para o anexo, onde a família morou, foi uma experiência no mínimo forte.

Não sei se era o ar condicionado, mas entrando nos aposentos da família, senti uma sensação física de gelado, o ambiente estava totalmente frio, muito diferente do resto da casa. Além disso, tudo parecia tão recente (e foi!) e pessoal, embora não existissem mais os móveis.

É claro que Anne era uma menina muito especial, que escreveu um diário muito lúcido e comovente. Mas seu pai, Otto, foi a figura que mais me marcou na visita. Assim como a família, ele foi enviado ao campo de concentração, depois que alguém "denunciou" a família e eles foram encontrados. Mas Otto sobreviveu. E depois de tudo o que passou, ainda teve energia para regastar o diário da filha, articular a sua publicação e ainda transformar a casa em museu.

No último vídeo da exposição, ele fala sobre o livro e o museu, como espaço que tem por objetivo lembrar sempre sobre os efeitos do preconceito e da discriminação. E ele ainda conta o quanto que o diário mostra uma menina tão diferente da que ele conhecia, tão madura e com idéias tão profundas, terminando com a seguinte frase: "os pais não conhecem seus filhos".

Otto e Anne só podiam ser pai e filha. Sem dúvidas, almas muito especias.

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