sexta-feira, 25 de junho de 2010

A beleza do processo



A história de um país não está, na minha opinião, nas páginas dos livros de história somente. Mas principalmente nas suas ações atuais que nos informam sobre o passado e se conectam com o dia-a-dia das pessoas.

E a maior prova disso tive na segunda-feira, quando fui conferir a Summer Exhibition na Royal Academy of Arts. Muito, muito interessante observar que há 242 anos eles fazem o evento, que tem, na minha opinião, como maior riqueza o fato de qualquer pessoa poder, potencialmente, expor, democratizando muito o acesso ao mundo "institucional" das artes para os artistas.

Além disso, a exposição também tem um comitê curatorial, elegido anualmente, que define o tema da exposição e coordena a seleção dos trabalhos. Isso também é fantástico, uma vez que não existe "O" nome e sobrenome que detem o poder da história toda.

O resultado final tem várias facetas: salas enormes, com muitas obras -- 1267 no total, o que dá uma impressão de "excesso". Tem obras também que meu gosto pessoal questiona, mas o bonito disso tudo mesmo é o processo e, principalmente, o público que enche as salas e realmente compra peças (muitas, muitas mesmo vendidas).





Ou seja: o que dizer de um país que há 242 anos mantém um processo como esse? Ah, importante: fora a Royal Academy of Arts, centenas de instituições menores, coletivos e outras associções culturais fazem constantemente o sistema de "call for artists" para que eles exponham seus trabalhos.

E o que dizer de um país como o Brasil que ainda está engatilhando nesse processo?

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