sábado, 17 de abril de 2010

Wabi-sabi



Não tinha idéia do que isso significava, mas descobrir o que é wabi-sabi foi muito relevante para mim. Desde que cheguei aqui em Londres, me liguei na estética "anti", nas meias desfiadas, nas cadeiras gastas, mas não sabia como entender isso. Poderia ser apenas desleixo. E essa hipótese ainda é válida, mas pode ser também que o estilo wabi-sabi esteja falando alto por estas bandas.

Como toda filosofia japonesa, wabi-sabi é bem complicado de explicar e de entender para os padrões ocidentais. O que me salvou foi que encontrei um livro bem simples (e até superfical) que me introduziu à questão. Chama-se "Wabi-sabi for Artists, Designers, Poets & Philosophers", de um cara chamado Leonard Koren, que como diz a contra-capa, "estudou arquitetura, mas nunca construiu nada." Ai...meu Deus...

Daí que, simplificando, o tal pensamento concebe a vida como processo e não como produto acabado e, por isso, entende as imperfeições, como o lábio machucado da menina na foto acima, parte do processo e não quer apagá-las ou escondê-las. Pelo contrário: são elas que legitimam o processo. Wabi-sabi também está ligado à natureza, ao rústico, ao orgânico, ao intuitivo, à crença de que a corrosão e a imperfeição tornam as pessoas e as coisas únicas, originais e autênticas.

A história é longa. Mas até aqui, alguém duvida?

Nenhum comentário:

Postar um comentário